domingo, 18 de janeiro de 2009

Emboscada

Vou postar um conto meu que foi pra Unicamp, em algum lugar e deve estar por lá.
Postarei em algumas partes que eu ainda não defini quantas, fugindo um pouco do "propósito" do blog, que era falar (egoístamente) da minha vida.

*PS: Não estou conseguindo formatar esse texto porque o blog não entende meus comandos.

Emboscada (Partes I e II)
Por: Gabriel Mialchi

I.

Estava sentado em um banco de algum ônibus que andava pela cidade. Estava sozinho, olhando pela janela com a cabeça encostada no vidro. O sol batia em seu rosto, mas era repetidamente interrompido pelos postes, casas altas ou lojas ou algo do gênero. Em seu pensamento, algo único. Alguém único. Pediu para descer o ônibus num lugar previamente pensado.

Desceu.

Ali fora o mundo era outro, mas ao mesmo tempo, o mesmo em que esteve há alguns minutos atrás. A roupa estava relativamente suja de sangue, notável de longe, mas perceptível apenas de perto. Ninguém teve a curiosidade de saber do que se tratava, pois todos já sabiam do que se tratava.

Chegou em casa, mudo, apenas em pensamentos, brigando com os sentimentos.

Sentou na cadeira que ficava na sala.

A casa era pequena perto da casa que morara havia uns três ou quatro meses atrás.

Chamou um nome, mas a casa estava vazia.

Desabou num choro que parecia criança.


II.

Era dia de festa na escola. Numa escola qualquer. Na escola onde sua mãe trabalhara por tantos anos e agora havia sido convidada para essa festa, com os alunos e professores e tudo o mais.
“Pra que segurança numa festa de criança?”, pensou ao passar pelo portão que estava lotado e era quase impossível a passagem e não havia um grandalhão sequer que fingisse ser um segurança. O que chegava mais perto era um professor, Geografia talvez, gordo e grande, mas de longe segurança.

Passou pelo portão e perdeu a mãe de vista. Olhando pelas cabeças que entravam e saiam nervosamente, não a viu mais por ali. Provavelmente se procurasse uma professora e desse recado.

Era uma escola de adolescentes da periferia. Ali, todos se conheciam. Exceto aquele grupinho que se isola, um pouco aqui, um pouco acolá.

Caminhou por toda a escola a fim de encontrar alguém conhecido, e realmente encontrou um amigo. Chegado até. Caminharam juntos pela escola, enquanto tomavam refrigerantes ruins e comiam aqueles salgadinhos de festa. Estavam sentados na arquibancada de concreto, quando alguém passou por eles.

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