domingo, 5 de abril de 2009

Quero...

Quero falar
Mas não tenho nada a dizer

Quero voar
Mas não tenho para onde ir

Quero cantar
Mas não tenho canções pra eu escutar

Quero andar
Mas não tenho motivações para seguir

Quero pular
Mas não tenho abismo do qual cair

Quero correr
Mas não tenho destino onde chegar

Quero sonhar
Mas não tenho consumo a qual desejar

Quero perder
Mas não tenho batalhas para lutar

Quero ganhar
Mas não tenho dinheiro pra apostar

Quero lutar
Mas não tenho motivos para bater

Quero gritar
Mas não tenho razões pra existir

Quero ferir
Mas não tenho coragem para sangrar

Quero viver
Mas não tenho motivos para morrer

segunda-feira, 9 de março de 2009

Até onde o sentimento de nostalgia é bom e até onde ele é ruim?!


Sinto amplas saudades das coisas que eu desisti e dos dias que eu ainda não vivi.
Eu decidi que agora só vou dizer SIM as coisas que eu decidir ser de meu interesse.

Não vou mais fazer as coisas porque as outras pessoas querem ou gostam, e também não vou mais me iludir, achando que eu gosto de algo, sendo que eu gostaria de estar em outro lugar.

Eu cresci, não tenho mais 15 anos pra ficar abaixando a cabeça e fazer aquilo o que as outras pessoas julgam ser certas pra mim!

Eu escolhi o meu destino, e por ele que eu vou até o fim!



E foda-se!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

...

III.

A impressão que deu é que esse cara estava fugindo de alguém. E essa pessoa estava realmente fugindo, pois não era uma criança brincando de pega-pega. Era um “quase-adulto” correndo com uma das mãos debaixo da camisa e a outra segurando provavelmente uma toca.

Esse alguém, repentinamente parou no meio da multidão, cobriu a cabeça com a toca que lhe tomava todo o rosto, deixando apenas dois orifícios para o rosto. Ergueu a outra mão que se revelou com um revólver, deu dois disparos e disse em alto e bom tom:


_A escola é nossa! Ninguém entra ninguém sai!


E nesse momento, o som parou, a venda de comes e bebes também parou e, por todos os lados, pequenos caiçaras corriam pra lá e pra cá, com um revolver na mão. A maioria era criança, tinham entre nove e quatorze anos. Alguns entre quinze e dezenove e um ou outro com mais de vinte.


Num instante, a escola ficou cercada por marginais. Muitos, nem roupa tinham, tampavam o rosto com a camisa. Usavam o buraco em que se passa a cabeça para os olhos e tampavam o nariz, a boca e o cabelo com o resto da camisa, e davam um laço atrás com as mangas da camisa pra prender. Outros tinham tocas que tampavam todo o rosto, tipo as de motoqueiro, ou improvisavam como podiam.


Todos eram reféns, e todos os reféns estavam espalhados pela escola. Foi nesse momento que ele sentiu um cano na cabeça enquanto seu amigo olhava assustado e uma voz de moleque veio de trás dele:


_Fica quietinho que ninguém sai ferido!


IV.


Ele queria ter ficado quieto, mas estava preocupado em achar a sua mãe. Ainda mais agora em que a situação se apertava.


_Preciso ir ao banheiro. Disse decidido.


_Mas não vai. Se quiser caga nas calça! O pequeno marginal falava com abuso de poder.


_Cago na sua cabeça, ou eu vou...


_Ou tu morre... Ou tu caga nas calça ou tu morre!


Ele levantou e começou a caminhar rumo ao banheiro. Deu uma olhada pra trás e viu um menino, de uns onze anos, com um short marrom de moletom que ia pra cima dos joelhos e uma camisa de cor meio lilás muito clarinha, meio suja de terra. Usava uma toca colorida e nela havia uma costura que lhe servia pra tampar o rosto. Nesse rapazinho, uma arma. Uma arma simples, Gloc talvez.


_Hei, você! Vai com ele no banheiro! E vai agora! Disse o marginal ao seu amigo.


Estavam os dois indo em direção ao banheiro. Ele estava fudido de raiva, os olhos vermelhos. Se pegasse um desses caiçaras, espancava até a morte, seu amigo tinha começado a chorar e vez ou outra implorava pela vida.


Quando entraram no banheiro, o pequeno marginal ficara pra fora.


Ele já estava acostumado a esse tipo de banheiro de escolas públicas. Sujos, pichados, fedidos, com as privadas entupidas, ou seja, impossível de usar mesmo. Lá, ele descreveu ao amigo o plano que tinha na cabeça.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Emboscada

Vou postar um conto meu que foi pra Unicamp, em algum lugar e deve estar por lá.
Postarei em algumas partes que eu ainda não defini quantas, fugindo um pouco do "propósito" do blog, que era falar (egoístamente) da minha vida.

*PS: Não estou conseguindo formatar esse texto porque o blog não entende meus comandos.

Emboscada (Partes I e II)
Por: Gabriel Mialchi

I.

Estava sentado em um banco de algum ônibus que andava pela cidade. Estava sozinho, olhando pela janela com a cabeça encostada no vidro. O sol batia em seu rosto, mas era repetidamente interrompido pelos postes, casas altas ou lojas ou algo do gênero. Em seu pensamento, algo único. Alguém único. Pediu para descer o ônibus num lugar previamente pensado.

Desceu.

Ali fora o mundo era outro, mas ao mesmo tempo, o mesmo em que esteve há alguns minutos atrás. A roupa estava relativamente suja de sangue, notável de longe, mas perceptível apenas de perto. Ninguém teve a curiosidade de saber do que se tratava, pois todos já sabiam do que se tratava.

Chegou em casa, mudo, apenas em pensamentos, brigando com os sentimentos.

Sentou na cadeira que ficava na sala.

A casa era pequena perto da casa que morara havia uns três ou quatro meses atrás.

Chamou um nome, mas a casa estava vazia.

Desabou num choro que parecia criança.


II.

Era dia de festa na escola. Numa escola qualquer. Na escola onde sua mãe trabalhara por tantos anos e agora havia sido convidada para essa festa, com os alunos e professores e tudo o mais.
“Pra que segurança numa festa de criança?”, pensou ao passar pelo portão que estava lotado e era quase impossível a passagem e não havia um grandalhão sequer que fingisse ser um segurança. O que chegava mais perto era um professor, Geografia talvez, gordo e grande, mas de longe segurança.

Passou pelo portão e perdeu a mãe de vista. Olhando pelas cabeças que entravam e saiam nervosamente, não a viu mais por ali. Provavelmente se procurasse uma professora e desse recado.

Era uma escola de adolescentes da periferia. Ali, todos se conheciam. Exceto aquele grupinho que se isola, um pouco aqui, um pouco acolá.

Caminhou por toda a escola a fim de encontrar alguém conhecido, e realmente encontrou um amigo. Chegado até. Caminharam juntos pela escola, enquanto tomavam refrigerantes ruins e comiam aqueles salgadinhos de festa. Estavam sentados na arquibancada de concreto, quando alguém passou por eles.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Wake up!

A primeira vez que eu me lembro de ter ficado acordado a noite toda, foi quando eu convidei o Bernardo pra vir dormir em casa.

Depois de 4 anos de amizade, eu dormia na casa dele mais do que na minha própria. E ele não havia passado uma noite sequer na minha. Que amigo!

Confesso que, logo que os pais dele disseram "tudo bem, pode ir", eu notei um certo terror na expressão dele... como se ir passar a noite em casa fosse a coisa mais terrível do universo!

Mas, lá estávamos nós, oito e meia da noite.

Iniciamos a noite terminando uma brincadeira com bonecos do Comandos em Ação, seguida de batidas espetaculares de carro no ar. Em seguida, após o lanchinho, assistimos TV e nos deitamos.

Ele não conseguia parar de falar em como seria o dia de amanhã. Jogar bola, esconde-esconde, ouvir e assistir pela milésima vez o filme do Pink Floyd, mesmo sem entender nadicas de nada e rir das musicas do Raul Seixas.
Falou da Marcela, do Roberto, da Juliana, do Gabriel Grande...
Falou de como o irmão dele era engraçado e de como ele era um bom aluno...

Ele provavelmente falava de Cavaleiros do Zodíaco quando eu dormi.
Eu acho que na verdade eu pisquei e ele estava com a luz acesa, encima de mim e falando "Você tá dormindo?" e eu falei "Sim... talvez você devesse tentar um pouco..."

Mas, eu não sabia o pior.

Pra mim, era e sempre será assim: quando você dorme fora, você conversa até pegar no sono e pronto! Dormiu!
Eu fazia isso toooodas as vezes que eu ia dormir na casa dele! E na casa do Gabriel Grande, e do Julian e do Matheus Bacochina. Por que, Deus, ele não podia fazer na minha também?

Não. A verdade é que ele tinha medo de dormir longe da mãe dele.
E eu não falo isso tirando um sarro, porque no fundo eu também tinha um pouco de dormir longe da minha ou deum telefone próximo onde eu pudesse retornar a ligação sempre que precisasse que ela espantasse ET's ou coisas do tipo.

Levantei e não tínhamos o que fazer. E eu estava morrendo de sono.
Ele então pegou TODOS os meus brinquedos e começou a fazer uma cidade no meu quarto. Descobrimos uma barata e aprisionamos ela numa prisão improvisada feita com a beirada do meu tapete e uns blocos de madeira que eu usava pra fazer muros ou coisas parecidas (de brinquedo, claro).
Codmemos bom bom escondido da minha mãe e desenhamos. Muitos esenhos. A maioria deles eram Cavaleiros do Zodíaco ou Pokemón ou então Dragon Ball.
O que foi bom, porque deu 6 horas da manhã rapidinho e logo ele tinha que ir pra escola dele.

Não que eu quisesse que ele fosse embora. Mas eu queria bem mais dormir do que brincar.

Depois disso, uns anos depois, peguei gosto pela coisa. E ainda é dificil me livrar deste vício que é: dormir a noite.

Por isso, crianças; fiquem longe das drogas, do alcool e durmam o máximo que puderem a noite, pois um dia ela não servirá mais pra isso, e você usará seus intervalos para dormir.

domingo, 11 de janeiro de 2009

The Nightmare Before Xmas

Por mais que ninguém goste de acreditar em nada e ao mesmo tempo acredita em tudo, aqui vão 3 histórias que aconteceu comigo e com mais alguns amigos; cabe a você decidir se realmente aconteceu ou não...

O Motorista

Era uma uma tarde de terça-feira de férias como outra qualquer. Era por volta das 3 horas da tarde quando eu e o Gabriel Grande nos encontrávamos andando de bicicleta na rua de cima, lugar do qual nós gostávamos de ir pouco, porque era bem mais chato que a rua de baixo, que tinha o campinho e a nossa rua, que morava toda a turma.

O inocente assunto sobre Power Rangers foi subitamente iterrompido, quando de relance um carro passou em alta velocidade por nós e adentrou no bairro e em questão de segundos, o mesmo carro passou por nós novamente, em sentido contrario pelo o que havia passado primeiramente.

Poderiam até dizer "Era outro carro idêntico", mas não esse... A placa era tão fácil de lembrar que, ao ver novamente, em tão pouco tempo e em tão grande velocidade, conseguimos reconhecer o Gol Prata G2, placa "XYZ - 9876".

"Esse cara é louco!" disse o Gabriel Grande, e nós continuamos. Chegamos até a esquina e voltamos e, após um certo tempo, o MESMO carro passa por nós, desta vez, muito devagar, com os vidros abertos e dentro; ninguém.

Isso mesmo. Ninguém. Ninguém no passageiro, nem nos bancos traseiros e muito menos no volante.

Não entendemos muito na hora, mas uma coisa é certo: demoramos mais de um ano pra andar naquela rua sozinhos.


A Janela

Esta talvez seja uma das coisas mais espantosas que já me aconteceu.
Estávamos sentados na frente da casa do seu Moura, que mora numa esquina bem de frente pra casa do Bernardo. Estavam eu, o Gabriel Grande, o Roberto e o Bernardo, e já passavam das dez da noite.

O assunto era algo sobre futebol ou jogo de video-game.

Foi quando, uma luz se acendeu na frente da casa do Bernardo. E não era a luzda garagem, ou de alguma janela.

Uma estranha luz surgiu do chão. A fonte da luz, sim era uma janela. Ou melhor, uma espécie de grade, dessas de cadeia de faroeste, com barras grossas, de apróximadamente um metro e vinte por dois metros.

Não era uma luz forte, mas era notável. Nos levantamos pra ver o que era, e, sem chegar perto, vimos que dentro haviam algumas panelas e algumas pedras com uma certa luminescência. A maioria brancas que lembravam diamantes.

Não contentes em, os 4, ver a grade, o Gabriel Grande (sim, o mesmo que botou fogo num terreno baldio), pegou uma pedra de calçada e arremessou em direção à grade. A pedra bateu numa barra e entrou, fazendo um estardalhaço. A luz apagou-se e alguns cachorros latiram devido o barulho.

Nada foi dito sobre o assunto depois disso.

Os Portões da Escola

A tradicional escola Porphyrio das Paz (ou PORFIRIÃO pra quem preferir) estava fechada numa sexta a noite; motivo: falta coletiva de alunos.

Eu, o Vicenzo e o Paulo estavamos passando lá na frente, indo de volta pras nossas casas e estranhamos a cena, mas continuamos a andar. Foi quando o Vicenzo disse: "Preciso mijar", e nós paramos em frente ao portão de entrada e saída de alunos.

Lá estavamos, eu e o Paulo sentados na calçada com o Vicenzo urinando atrás de uma árvore quando ouvimos um estalo e o portão se abriu. Dentro, não havia nada, apenas escuridão. Ouvimos uns passos e chegamos perto para ver. Sentimos um vulto atrás de nós e o Paulo foi o primeiro a sair correndo. Saí também, e o Vicenzo, urinando ainda, sem entender começou a correr, tentando fechar o zíper das calças.

Ao chegar na esquina da escola, acabou a força da cidade inteira e então ouvimos mais passos, desta vez mais perto. O portão lateral também se abriu e ouvimos umas conversas, mas indecifráveis.

Talvez não fosse nada, mas o susto foi grande, especialmente ao ver uma lanterna ao fundo da escola se mexendo de forma nada ortodoxa. E acesa, claro. Pra quem conhece: parecia uma batalha de Star Wars.

Corremos pra qualquer lado, e as luzes da cidade voltaram. De longe vimos o segundo andar da escola, e na sala 5, acesa, vimos um senhor lavando o chão, como se nada tivesse acontecido.